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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Dois Meses Atrás



- Você tornou-se outra pessoa. Essa Alice aí eu não conheço e não me agrada.
Essa maldita frase acompanhou Alice em todo seu trajeto de volta para o apartamento que agora ficaria mais vazio.
Matheus não sabia como era difícil passar por tantos transtornos sem, de vez em quando, desabar. Ele não entendia o comportamento desregular de Alice e então resolveu deixa-la.
Alice abriu a porta lentamente, olhou os móveis com uma certa frieza e descrença. Aquele lugar já era sem vida, agora sem as chatices e maluquices de Matheus iria virar um manicômio de uma pessoa só.
Alice deitou no sofá e fiou pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Como seria daquele dia em diante? Como ela enfrentaria toda aquela situação?
Lá no fundo, Alice rezava para que a decisão dele não fosse concreta e que daqui uns três a quatro dias ele voltasse a procura-la, mas, e se suas orações não fossem atendidas? E se agora não houvesse mais volta? O que seria da pobre Alice.

Ela se levantou e procurou seus ansiolíticos. A recomendação medica eram de dois comprimidos à noite, mas hoje Alice iria deixar as recomendações pra trás e ingeriu seis comprimidos, pois ela queria dormir por um período de tempo maior, pois aquela angustia estava lhe matando.

domingo, 27 de novembro de 2016

Domingo

Alice decide que o melhor dia para morrer é no domingo. O por quê? Porque é um dia melancólico, com jeito de fim de festa, àquela que você não quer que acabe, mas que, infelizmente, tem que terminar e você tem que voltar mais uma vez pra casa, sozinho e bêbado.
Alice não pensa muito no que vai deixar de viver, afinal de contas, atualmente ela anda só sobrevivendo. Não há mais vida dentro de seu corpo.
Ela para pra pensar no quanto virou um nada, um peso pra sua mãe, uma pessoa solitária e infeliz.

Alice só tem duas certezas: que hoje é dia de morrer e que seu funeral será vazio e com um ar de "até que enfim esse pesadelo acabou".

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quinta-feira



Em meio à bagunça de seu quarto, Alice encontra seu celular. Já deveria ter uns cinco dias que ele estava desligado, mas também, quem iria lhe ligar ou mandar uma mensagem? Depois de alguns minutos ela consegue achar o carregador. Uns dois minutos depois de conectado à tomada ela consegue ligar o aparelho. Nesse momento seu coração deu uma leve acelerada, com a expectativa de ter alguma mensagem de texto ou voz. Engano seu, não havia nada. Mais uma frustação.
Alice não se recorda da última vez que falou com sua mãe, mas também ela deixou de atendê-la a tempos e por isso, talvez, tenha desistido. Afinal de contas, ela estava feliz com seu novo namorado, então era melhor não ficar aborrecendo-a com seus problemas. Todo mês ela faz a caridade de depositar parte da pensão do pai de Alice, o que a ajuda a se manter, desde que perdeu seu emprego numa redatora de merda .
Talvez Alice ligue pra saber como a mãe está, mas não será hoje e nem amanhã. Talvez semana que vem. Talvez.