- Você
tornou-se outra pessoa. Essa Alice aí eu não conheço e não me agrada.
Essa maldita
frase acompanhou Alice em todo seu trajeto de volta para o apartamento que agora
ficaria mais vazio.
Matheus não
sabia como era difícil passar por tantos transtornos sem, de vez em quando,
desabar. Ele não entendia o comportamento desregular de Alice e então resolveu
deixa-la.
Alice abriu
a porta lentamente, olhou os móveis com uma certa frieza e descrença. Aquele
lugar já era sem vida, agora sem as chatices e maluquices de Matheus iria virar
um manicômio de uma pessoa só.
Alice deitou
no sofá e fiou pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Como seria daquele
dia em diante? Como ela enfrentaria toda aquela situação?
Lá no fundo,
Alice rezava para que a decisão dele não fosse concreta e que daqui uns três a
quatro dias ele voltasse a procura-la, mas, e se suas orações não fossem
atendidas? E se agora não houvesse mais volta? O que seria da pobre Alice.
Ela se
levantou e procurou seus ansiolíticos. A recomendação medica eram de dois
comprimidos à noite, mas hoje Alice iria deixar as recomendações pra trás e
ingeriu seis comprimidos, pois ela queria dormir por um período de tempo maior,
pois aquela angustia estava lhe matando.